Tal como se refere num dos capítulos deste livro, a razão de ser da história conceptual foi a de ajudar os historiadores a distinguir com maior clareza a sua linguagem analítica daquela utilizada nas fontes que estudam. O projecto sobre Linguagens da identidade e da diferença: classes, corporações, castas e raças, 1750–1870, reporta-se a um tempo de mudança política e cultural no qual se pretenderam questionar classificações sociais inscritas na ordem jurídica e identidades territoriais que se reputavam particularistas, em nome da consagração dos novos significados que se imputavam aos conceitos de cidadania e de nação. A delimitação de novos fundamentos da ordem política nos espaços ibero-americanos passou, no entanto, pela utilização de categorias de identificação social e territorial, cruzadas com a imperiosa necessidade de definir quem fazia e quem não fazia parte da cada nação e quem eram os seus cidadãos. Das formas concretas como nesses processos se perpetuaram, renovaram e inventaram categorias identitárias nos dão conta os ensaios aqui reunidos. (Nuno Gonçalo Monteiro Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa)