Neste esforço coletivo, organizado por Alexandra Lima da Silva, intitulado Sujeitos em movimento: instituições, circulação de saberes, práticas educativas e culturais, cada uma das autoras e dos autores projetaram uma espécie de caleidoscópio que convida o leitor a observar, pensar e compreender a história da educação de uma maneira criativa, ativa e em constante movimento.
As viagens, as narrações, os itinerários, os diários, as histórias de vida e as experiências são alguns dos espelhos que nos permitem observar imagens multicoloridas organizadas ao longo do tempo e sob múltiplos espaços geográficos. A metáfora do caleidoscópio é completada no momento em que o leitor é levado a sonhar acordado. Ele é levado de barco para Londres, faz escalas em Buenos Aires, Paris ou no Rio de Janeiro no século XIX. Ele sobe em um trem que atravessa diferentes regiões do Brasil; compartilha um assento em uma caravana fraternal; aloja-se em um convento no sul da França; é levado a ouvir atentamente os discursos abolicionistas na Grã-Bretanha, ou participa da fundação de instituições escolásticas, cinemas e dissertações musicais.
O livro analisa, entende e explica a importância daqueles sujeitos que desafiaram a imobilidade, transformando a sua caminhada em um caminho político para visualizar e mudar o mundo a partir de compromissos e referências múltiplas, em que emoções, sentimentos, frustrações e desejos tornam-se importantes na medida em que circulam como ideias e ações pedagógicas.
Uma das principais questões que podem ser encontradas no texto é: por que se viaja? E a resposta dada pelos autores — com diferentes nuances — é que você viaja “para espalhar os ventos da liberdade”.
Se alguns estudiosos demonstraram que toda a história é necessariamente uma história da educação, Sujeitos em movimento: instituições, circulação de saberes, práticas educativas e culturais mostra que a história da educação são as ideias em movimento, que, como bem disse Cecilia Meireles: «querendo morar em cada coisa, descer à origem de tudo, amar loucamente cada aspecto do caminho, desde as pedras mais toscas às mais sublimadas almas do passado, do presente e do futuro um futuro que ele nem conhecerá" (MEIRELES, 1999a, p. 101).